Alergia e intolerância alimentar
Tem se tornado cada vez mais comum encontrar pessoas que sofrem com alergia a algum tipo de alimento ou que ainda possuem intolerância alimentar. Por conta dos termos e os sintomas provocados serem parecidos, muitas pessoas acabam se confundindo pensando que os dois são os mesmos distúrbios. Porém, a principal diferença entre a alergia e intolerância alimentar está na forma de como o organismo reagirá quando entrar em contato com a ingestão de determinado alimento, além do tratamento que pode ser diferenciado nos dois casos. Para entender melhor a diferença entre esses distúrbios, continue lendo essa matéria.
Segundo dados da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), a alergia alimentar afeta cerca de 3% dos adultos, enquanto 6% atingidas por esse distúrbio são crianças menores de três anos. Sendo uma reação adversa imunológica ao alimento, geralmente a uma proteína ou hapteno dos alimentos, a alergia alimentar ou como também é conhecida, hipersensibilidade alimentar, tem sintomas que são causados pela resposta específica do indivíduo ao alimento e não pelo alimento em si.
Em relação aos sintomas da alergia alimentar, variam de indivíduo a indivíduo e podem aparecer até duas horas após a ingestão do alimento, bebida ou aditivo alimentar. Porém, alguns dos sintomas podem ser gastrointestinais como: dor abdominal, náuseas, vômitos e diarreia; cutâneos: como urticária, eczema, eritema e prurido; respiratórios como: rinite, asma, tosse e edema de laringe; sistêmicos como: anafilaxia e hipotensão; condições com possível componente genético como: síndrome do intestino irritável, enxaqueca, déficit de atenção e distúrbios de hiperatividade, entre outros.
Já a intolerância alimentar que atinge 20% da população é mais comum, devido ser uma reação adversa a um alimento que não envolve o sistema imunológico e ocorre devido à forma como o corpo processa o alimento ou os seus componentes. Pode ser causada por uma reação tóxica, farmacológica, metabólica, digestiva, psicológica ou idiopática a um alimento ou substância química contida no alimento. Entre os sintomas da intolerância alimentar, estão incluídas a distensão abdominal, flatulência, diarreia e dor abdominal.
A terapia nutricional na alergia ou intolerância alimentar inclui a total restrição do alimento alergênico ou intolerante. Por isso, confira algumas recomendações nutricionais:
Intolerância ao glúten: essa é uma proteína encontrada na cevada, trigo e no centeio, ou seja, está presente em alimentos como massas, bolos e pães. Os indivíduos que sofrem com esse distúrbio têm dificuldades de digerir o glúten que acaba danificando as paredes do intestino delgado. Por isso, têm-se alergia ou intolerância ao glúten. Opte pela farinha e amido de batata, farelo ou farinha de arroz, farinha de soja, farinha de milho, tapioca, fubá, amaranto, araruta, linho, farinha de legumes, entre outros.
Intolerância à lactose: é a incapacidade do organismo de produzir a enzima que digere parcialmente ou completamente o açúcar encontrado no leite e seus derivados. Esse distúrbio aparece de diferentes maneiras sendo normalmente diagnosticado ainda na infância, mas também pode surgir na fase adulta, existindo três tipos de intolerância à lactose que são a "deficiência congênita”, "deficiência primária" e a "deficiência secundária". Para os intolerantes à lactose, a preferência é pelos chás, leite de soja, leite de amêndoas, leite de cânhamo, leite de arroz, leite de aveia ou leite de outros grãos. Sendo recomendado evitar leite e todos os produtos que contenham ingredientes lácteos.
Intolerância a aditivos alimentares: esse distúrbio é causado pelas substâncias químicas que são acrescentadas a fim de conservar determinados alimentos, como exemplo, os conhecidos conservantes e corantes. Entre os riscos à saúde humana que essas substâncias podem ocasionar está a alergia ou intolerância. Por isso, a recomendação é preferir alimentos in natura, como folhas, frutas, verduras, legumes, ovos, carnes e alimentos que não contenham aditivos alimentares. Além de evitar alimentos como o tofu, chucrute, peixes processados, champanhe, vinhos tintos, entre outros.
Vale lembrar que é muito importante sempre conferir a rotulagem de todos os alimentos para verificar se não há traços dos alimentos alérgicos ou intolerantes, para assim impedir as reações adversas. Aprenda mais sobre a rotulagem de alimentos e como ler os rótulos aqui.
Luciana Karbiak – CRN8 12329 – Nutricionista Brasil Convênios.