Diferenças de uma refeição vegetariana para vegana
O vegetarianismo e o veganismo têm atraído cada vez mais seguidores, mas embora esse estilo de vida esteja no topo das tendências, ainda há muitas pessoas que se confundem e pensam que esses tipos de nutrição e terminologias são a mesma coisa. Porém, apesar de ambos se assemelharem no fato de não consumirem carne, há diferenças em relação à motivação e ao nível de comprometimento com a causa animal. Para entender essa diferença, na refeição vegetariana não é consumido nenhum tipo de carne, como por exemplo, carne bovina, frango, suína, peixe, qualquer tipo de frutos do mar e nem de produtos feitos a partir de carne como; presunto, salsicha, hambúrguer, salame, atum enlatado, entre outros.
Segundo uma pesquisa feita pelo Ibope e encomendada pelo The Good Food Institute Brasil, quase metade (47%) da população brasileira reduziu o consumo de carne no ano de 2020. Outro dado que destaca essa tendência é a última pesquisa realizada pelo Ibope em 2018, mostrando que houve um crescimento de 75% na adesão ao vegetarianismo em relação ao ano de 2012, quando apenas 8% dos brasileiros eram adeptos. No entanto, existem diferentes formas de vegetarianismo a partir da inclusão ou exclusão de produtos derivados de animais na alimentação diária, sendo elas:
Vegetariano estrito: quando não é consumido nenhum tipo de carne, ovos, mel, laticínios e produtos que incluam derivados animais entre os ingredientes. Diferente do que muitos pensam, para quem adota esse estilo de vida há várias opções de alimentos como o feijão, arroz, frutas e legumes, além de pratos tradicionais da culinária italiana, oriental, árabe e mediterrânea que não utilizam ingredientes de origem animal.
Lactovegetariano: possui a filosofia de apenas não consumir nenhum tipo de carne, mas também de eliminar da dieta os ovos e seus derivados. Porém, utiliza laticínios e produtos de origem animal como leites e iogurtes, porque defendem o consumo desses alimentos por serem importantes para o desenvolvimento do ser humano.
Ovovegetariano: as pessoas que optam por esse estilo de vida não consomem nenhum tipo de carne nem laticínios, mas utilizam ovos na dieta. Porém, procuram ter critérios rigorosos na hora de comprar, como optar por ovos não fertilizados e que são de galinhas livres, criadas com uma alimentação mais apropriada e maior qualidade de vida.
Ovolactovegetariano: esse é considerado o tipo mais comum de vegetarianismo, tendo como um dos principais motivos a compaixão pelos animais. A pessoa ovolactovegetariana não consome nenhum tipo de carne, mas utiliza ovos e laticínios na dieta.
Já o veganismo, tem por objetivo promover a saúde e proteger o meio ambiente e os animais, a alimentação vegana, além de não se fazer consumo de qualquer tipo de carne, produtos feitos de carne, laticínios e ovos, exclui também tudo o que envolva maus tratos, sacrifício, sofrimento ou exploração de animais. Portanto, os veganos não utilizam roupas e calçados de couro, de pele, de lã ou seda e nem fazem uso de cosméticos testados em animais. Além de também não frequentarem zoológicos ou qualquer tipo de show que envolva crueldade animal pois, compreendem que, para viver, o ser humano não precisa e nem deve praticar exploração animal.
Além do bem-estar e apoio a causa animal, outras vantagens de aderir ao veganismo, está a prevenção de doenças, como revela um estudo produzido pela Universidade de Florença, na Itália, onde o risco de ser diagnosticado com um câncer é 15% menor entre os veganos se comparado com pessoas que consomem carne e seus derivados. O risco de outras doenças, que o consumo regular de frutas e vegetais também diminuem são: pressão alta, diabete, obesidade e a diminuição dos níveis de triglicérides, glicose e colesterol.
Agora que você já conhece mais a respeito das diferenças entre vegetarianismo e veganismo, saiba que ambas as dietas e refeições são feitas e consumida a partir de diversos alimentos sem origem animal como:
Cereais: como arroz, trigo, centeio, milho;
Leguminosas: como o feijão, lentilha, ervilha, soja;
Oleaginosas: como castanhas, amêndoas, nozes, semente;
Amiláceos: como inhame, batata, mandioca;
Legumes: como abobrinha, chuchu, pimentão, berinjela;
Verduras: como couve, rúcula, agrião, brócolis;
Frutas: como banana, maçã, melão, morango;
Óleos: como o azeite de oliva, óleos de soja, girassol, canola, entre outros.
Mas será que é possível ser saudável sendo vegano ou vegetariano? Essa é a dúvida de muitas pessoas que pensam que ao retirar tantos alimentos da dieta acabará resultando em uma deficiência nutricional. Porém, não só para os veganos, mas em toda a população há a carência de determinados nutrientes, vitaminas e minerais, por isso, é uma ideia equivocada pensar que somente os onívoros e carnívoros estão imunes ao desfalque nutricional. Entretanto, para suprir essa falta, a dica é optar por legumes e verduras que possuam pelo menos três cores diferentes para garantir o acesso a compostos diversos. Também é importante que em ambos os estilos de vida sejam sempre feitos um acompanhamento nutricional com um profissional especializado para assegurar que todas as necessidades nutricionais serão supridas.
Luciana Karbiak – CRN8 12329 – Nutricionista Brasil Convênios.