Estresse e compulsão alimentar

O estresse é uma reação natural do organismo ao presenciar situações que envolvem perigo ou ameaça. Esta ação nos coloca em estado de alerta ou alarme, provocando alterações físicas e emocionais.

Podem ocorrer dois tipos de estresse:

  • Estresse ocupacional: envolve o ambiente de trabalho, podendo ser de natureza física (barulho, ventilação e iluminação) ou natureza psicossocial (repetições de tarefas, relacionamento interpessoal, autonomia/controle no trabalho e desenvolvimento de carreira).

  • Estresse geral: relacionado com estressores gerais da vida, como relações familiares, problemas de saúde, problemas financeiros, esperar em filas, perder coisas, barulho dos vizinhos, entre outros.

Estes fatores que contribuem para o estresse, podem ter como resposta comportamental a compulsão alimentar, pois muitas das pessoas acabam descontando suas aflições do dia a dia na comida.  

A compulsão alimentar é marcada por três características principais:

  • A quantidade de alimento consumido é maior que o consumo da maioria das pessoas em condições similares.

  • A ingestão excessiva de alimentos ocorre em um período discreto, normalmente menor que duas horas.

  • A alimentação é acompanhada de um senso subjetivo de perda de controle.

O resultado comportamental frente ao estresse e a compulsão alimentar se resultam em atos de procrastinação, raiva excessiva, evitação, vitimização, escapismo, entre outros. E se não tratado, pode gerar alguns vícios alimentares que podem desencadear doenças crônicas não transmissíveis, pois comumente ocorre um grande aumento no consumo de alimentos fontes de gorduras saturadas, trans, açúcar e sódio, pois são alimentos que acabam trazendo algum tipo de conforto e bem-estar.

Algumas dessas doenças crônicas não transmissíveis são:

Obesidade: excesso de tecido adiposo no organismo, que ocorre em resposta ao consumo exagerado de alimentos altamente calóricos, como doces, sobremesas a base de açúcar, frituras, fast foods, refrigerantes, salgadinhos, bolachas recheadas, entre outros, sendo aliados ao sedentarismo.

* É classificado como obesidade o IMC (Índice de Massa Corporal) acima de 30 kg/m².

Diabetes: aumento de glicose na circulação sanguínea resultante de defeitos na secreção de insulina, ação da insulina ou ambos. A insulina, é um hormônio produzido pelas células β pancreáticas que é necessário para o uso ou armazenamento dos combustíveis do corpo (carboidrato, proteína e gordura). Os diabéticos não produzem insulina suficiente, resultando na hiperglicemia (glicemia elevada). 

A Diabetes tipo I, ocasiona sede excessiva e micção frequente. Seus fatores de risco podem ser genéticos, autoimunes ou ambientais.

A Diabetes tipo II, provoca fome excessiva, considerada fora do normal, e perda de peso. Seus fatores de risco incluem genética, histórico familiar de diabetes, idade avançada, obesidade, especialmente obesidade intra-abdominal, sedentarismo, pré-diabetes e etnia.

* O valor da glicemia em jejum igual ou superior a 126 mg/dL pode indicar diabetes.

Hipertensão: a hipertensão arterial sistêmica consiste em pressão arterial persistentemente elevada. A causa envolve uma complexa interação entre as escolhas ruins de estilo de vida e a expressão gênica. Os fatores de estilo de vida que são implicados incluem erros alimentares, como o consumo elevado de alimentos ricos em sódio (embutidos, sal, alimentos pré-prontos, fast foods, conservas, entre outros), redução na ingestão de frutas e verduras; tabagismo; sedentarismo; estresse e obesidade.

Seus sintomas incluem tontura, visão turva, dores no peito e dores de cabeça.

Se não tratada, a hipertensão, pode causar muitas doenças degenerativas, incluindo IC (insuficiência cardíaca), doença renal crônica e doença vascular periférica.  É muitas vezes chamada de “assassina silenciosa” porque os indivíduos com hipertensão podem permanecer assintomáticos durante e depois desenvolver acidente vascular encefálico ou IAM (enfarto agudo do miocárdio) fatal.

* A classificação para hipertensão arterial sistêmica é de >140x90 mmHG.

 

E como driblar a compulsão alimentar e evitar doenças futuras?

A reeducação alimentar é um dos principais tratamentos para a compulsão alimentar. Seguindo uma alimentação adequada em quantidade e qualidade, o organismo adere energia e os nutrientes necessários para o desempenho das suas funções.

Portanto, fracione as refeições; dê preferência ao consumo de alimentos naturais; aumente a ingestão de frutas, verduras, legumes e cereais integrais; opte por preparações mais saudáveis (cozidos, grelhados e assados); consuma água nos intervalos das refeições.

Lembre-se também que, a prática de atividade física é fundamental para melhorar o humor e aliviar o estresse, além de ser uma excelente maneira de manter o peso ou até eliminar o peso extra causado pela compulsão. Por isso, comer para saciar a fome física e não a emocional é a melhor forma de manter-se saudável e com qualidade de vida.

Luciana Karbiak – CRN8 12329 – Nutricionista Brasil Convênios.

Este conteúdo faz parte dos temas de palestras que são ministradas pela nutricionista, Luciana Karbiak – CRN8 12329, para empresas clientes da Brasil Convênios. Para saber como solicitar uma palestra na sua empresa clique aqui.

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