Flexibilidade de horários de trabalho e autogestão

Acredita-se que a autogestão tenha sido uma das maiores mudanças feitas pelos ambientes corporativos nos últimos anos. Algumas dessas mudanças começam com alterações na cultura, evoluindo até um patamar maior na forma de gestão e administração. Essa em questão visa a autonomia dos colaboradores em alguns processos na empresa.

No geral, a autogestão significa que algo funciona sozinho. No mundo empresarial, trata-se de um modelo estrutural da organização livre de hierarquias e autoridades, onde todos estão cientes de suas funções e têm total liberdade para desempenhar seu trabalho, sem necessidade de relação estrutural de chefe e colaborador.

Porém, é importante não confundir a autogestão, acreditando que ela não tem regras. Nela, existem regras e acordos, como um tipo de política em que todos participam de sua criação e a seguem. Essas regras dizem respeito ao andamento da empresa, um compromisso de todos uns com os outros.

No autogerenciamento, o trabalho em grupo elimina a ideia de que um colaborador é responsável por uma tarefa específica e transmite a coletividade, de que todos são responsáveis pelas decisões diárias.

Mitos sobre a autogestão

Não há líderes: na verdade, eles existem! Apenas não precisam autorizar todas as decisões tomadas pela equipe;

Decisões lentas: pelo contrário, quando bem implantado, o processo é bem mais ágil levando em conta a autonomia;

Não há regras: os empregados ficam sempre cientes por parte da gestão sobre o que devem fazer e o que não podem sem passar por autorização.

Como implementar a autogestão e flexibilidade?

Para algumas organizações, abolir o gestor é algo completamente impensável, até porque, nenhuma grande mudança no funcionamento é feita da noite para o dia. Porém, é sempre possível adotar a autogestão com pequenos passos.

Flexibilidade de horários: existem setores específicos que conseguem ter uma jornada de trabalho autônoma, em que os colaboradores podem optar por fazer seus horários. Obviamente, acordos e regras são estabelecidos antes.

Essa mudança os torna mais motivados, uma vez que sabem que eles são responsáveis por si mesmos, não têm a sensação de vigilância e, também, entenderão as consequências de não fazerem sua jornada corretamente.

Folha de ponto: quando seu colaborador se torna responsável por todo o processo da folha de ponto, desde o preenchimento até o fechamento. Esse método é mais simples de adotar e, para isso, será preciso um sistema de controle de ponto eficiente, como softwares, por exemplo.

Através do sistema, ele consegue checar o saldo de horas, quantas horas extras possui, quantas estão negativas, faltas e atrasos. Assim, melhora sua dedicação e consciência.

Autogestão de tarefas: se um líder não precisa se preocupar em solicitar atividades, isso economiza um bom tempo. Os colaboradores já sabem o que deve ser feito e se organizam sem necessidade de comandos.

Além do líder poder se dedicar mais a situações que competem a ele, tudo continua funcionando normalmente. Com mais autonomia, os times podem pensar com mais criatividade, desenvolver novas habilidades e não serem limitadas a ordens.

Quais as vantagens?

O funcionamento da empresa depende diretamente do colaborador, o que traz um laço de confiança ainda maior. As equipes se empenham mais através do aprimoramento de processos e novas experiências.

A diminuição da burocracia também é um ponto positivo, já que, quando todos estão cientes dos processos necessários para chegar ao resultado final, as atividades fluem com mais velocidade. Obstáculos não serão um problema, pois decisões rápidas serão feitas.

Como todos os envolvidos precisam estar de acordo uns com os outros, o relacionamento no ambiente é melhorado e a chance de aparecer conflitos é menor.

Por fim, saber que uma importante tarefa depende de nós faz com que o desempenho e criatividade sejam ainda maiores. A necessidade de cumprimento de prazo deixa o colaborador mais esperto e motivado.

A maior dificuldade da autogestão é o processo de implantação, que não é rápido. Às vezes, pode acontecer de alguns profissionais não se adaptarem, por estarem acostumados com o modelo hierárquico. O melhor a se fazer é investir em treinamentos, comunicação interna e esclarecer a necessidade de mudar os rumos da empresa dessa forma.

Exemplos na prática:

Times autônomos paralelos: é importante que sejam dissolvidas as responsabilidades de todas as equipes que trabalham paralelamente. Cada uma deve ser responsável pelo o que cabe a sua função.

Rede de acordos: os colaboradores fazem acordos entre si para que o trabalho dos times seja um sucesso. Por exemplo, um redator e designer podem entrar em acordo sobre um texto que precisa acompanhar uma arte que será produzida.

Alinhamento de círculos: são definidas hierarquias de funções das mais até menos relevantes. Não significa que alguns cargos são inferiores a outras, mas que esse alinhamento define as prioridades da empresa.

Quais são os requisitos? 

Se o desejo da empresa é realizar essa mudança dos processos, é preciso uma comunicação clara, regras e limites bem definidos e um plano de ação. Dessa maneira, não haverá riscos de perda de controle e as metas estarão bem estabelecidas, assim como os caminhos a serem percorridos.

Erika de Lima - Produção de Conteúdo Brasil Convênios. 

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